Quando eu fiz o Leader Trainner, no ano 2000, eu aprendi um
pequeno verso que nunca saiu da minha cabeça. Vou reproduzi-lo abaixo (mais ou
menos, porque não encontrei o original), para explicar a razão do meu texto:
Caminho por uma rua,
lá existe um buraco, caio no buraco
Caminho novamente pela mesma rua, lá existe um buraco, caio novamente no buraco
Caminho novamente pela mesma rua, sei que lá existe um buraco, desvio do buraco
Caminho por outra rua
Caminho novamente pela mesma rua, lá existe um buraco, caio novamente no buraco
Caminho novamente pela mesma rua, sei que lá existe um buraco, desvio do buraco
Caminho por outra rua
Sim, a parte em que caímos no buraco pode ser maior. Bem
maior. Pode levar umas 20 páginas até aprendermos, primeiro a desviar do
buraco. E depois, só depois, andar por outra rua.
E não é que a vida é assim? Eu mesma me percebo caindo nos mesmos buracos de sempre. Na verdade, no meu caso é aquela coisa de se esquecer muito fácil de si mesmo, em detrimento do trabalho, da família, da casa. E quando você percebe, já fez de novo.
Existem pessoas que fazem isso no trabalho, com os relacionamentos, com as amizades. Quando percebe, ops, fiz de novo. E aí a culpa que se acumula, a frustação, o medo de fazer errado de novo, fica quase insuportável.
E não é que a vida é assim? Eu mesma me percebo caindo nos mesmos buracos de sempre. Na verdade, no meu caso é aquela coisa de se esquecer muito fácil de si mesmo, em detrimento do trabalho, da família, da casa. E quando você percebe, já fez de novo.
Existem pessoas que fazem isso no trabalho, com os relacionamentos, com as amizades. Quando percebe, ops, fiz de novo. E aí a culpa que se acumula, a frustação, o medo de fazer errado de novo, fica quase insuportável.
Mas por que fazemos isso? Por que é tão difícil de
enxergamos o buraco ou vermos que estamos de novo na mesma rua? Pelas coisas
que nos cegam, o ego aterrador e ameaçador que vive te cegando e causando o que
chamamos de auto-sabotagem.
E o que é auto-sabotagem? É saber que existe um buraco
naquela rua, mas mesmo assim continuar andando. É saber que você está caminhando
rumo ao buraco que fica cada vez mais profundo, mas mesmo assim manter-se caminhando.
Talvez por achar que desta vez será diferente, ou por um otimismo quase
infantil de “essas coisas não acontecem comigo”.
O ego é o maior produtor de desculpas do mundo. Tudo pode
virar uma desculpa para não fazermos as mudanças necessárias. Para acharmos que
um dia, magicamente, o buraco foi tampado e que não cairemos mais nele. As
atitudes iguais causam, impreterivelmente, resultados iguais. Não interessa em
que área da sua vida você sempre faça isso, o resultado, mais cedo ou mais
tarde, será sempre o mesmo.
Fico nervosa quando vejo alguém perto de mim repetir isso. Mas
aprendi a me segurar e não ficar pulando com uma placa na frente da pessoa
escrito “perigo”. Não adianta! Sei que todo mundo tenta fazer isso com as
pessoas que amam. Um filho, um irmão, os pais. Fica lá tentando dar conselhos,
achando que conversar com o outro melhora, mas não adianta. Isso porque é muito
mais fácil enxergarmos quando o outro está indo pro buraco. Mas difícil quando
somos nós mesmos.
“Orai e vigiai” é exatamente isso. Vigiar seus atos,
conscientizar o que parece, naquele momento, uma bobagem. Aquele brigadeiro a
mais que o ego diz “ah, não vai te engordar”. Aquele “não” que você não diz e
que o ego fala “ah, mas é só desta vez”. Aquele defeito do outro que você finge
que não existe porque está louca para que “dê certo”. Aquela blusa comprada no
cartão em 12 vezes que você pensa “ah, são só 20 reais por mês”.
É por essas e outras que vamos, de novo, pela mesma rua. Por
não nos conscientizarmos dos pequenos detalhes, das pequenas escolhas que
fazemos no nosso dia a dia. Sim, porque a vida não é feita das grandes
escolhas, mas das pequenas. Cada pequena decisão errada está te levando, de
volta, para a mesma rua e para o mesmo buraco. Não é você meditar e chegar ao
nirvana e entender a humanidade e Deus, é você conseguir olhar pra uma pequena
árvore florida, numa luz de outono e ver
Deus ali. Ontem eu ouvi a expressão “Deus me estraga com mimos”. E é verdade. E
os mimos dele são maneiras de você perceber suas atitudes e muda-las ali, na
hora em que estão acontecendo.
Se você quer emagrecer, perceba cada pedaço de comida que
entra na sua boca. Consciência 100% nisso. Se você quer uma nova atitude de uma
pessoa próxima, conscientize-se de como você trata essa pessoa a si mesmo, 24
horas por dia. 7 dias por semana. Se você quer economizar, não é parando de
comprar Ferraris, mas sim parando com os gastos formiguinhas (uma balinha, uma
blusinha, um cafezinho). Se você quer mudar a sua vida, comece agora a praticar
a “consciência 100%” ! Tenho certeza de que, com tempo e paciência, você verá todos
os resultados que deseja, um por um, acontecerem na sua vida.
E eu, aqui, já comecei com os meus!
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