14 de abr. de 2012

Terapia Online


Esta matéria sobre terapia online saiu na Revista Claudia de abril e achei bem interessante, porque eu também trabalho desta maneira. É uma forma muito eficaz, eu tenho até mesmo um trabalho sobre isso publicado e realmente funciona!

13 de abr. de 2012

O tempo das coisas

Lembra da música do Gilberto Gil? "Refazendo tudo, refazenda, refazenda toda, guariroba" ? Então, minha vida no momento.
Quando descobri que ia realmente mudar de casa, sair da casa dos meus pais, primeiro eu não acreditei muito. Parecia que, a qualquer momento, alguma coisa ia acontecer e mudar os meus planos. Ainda mais porque demorou (acabei ficando com o apartamento que era da uma das minhas irmãs, e ela estava esperando a reforma da casa nova dela acabar e a tal reforma não acabava nunca). Achei que algo que eu tinha esperado tanto, talvez nunca acontecesse. Por muitas e muitas vezes eu fui atrás deste sonhos, aliás, desde criança. Sempre senti que precisava de um lugar meu. Um lugar onde eu pudesse levar todas as minhas coisas e ficar um pouco menos sob a influência de outras pessoas. Ainda mais pai e mãe, que são pessoas que, querendo ou não, influenciam muito na nossa vida. Sempre tive uma boa vida em casa, sem problemas. Nunca ninguém me disse que eu tinha que sair assim, optei em estudar mais um pouco e mais um pouco, guardar o dinheiro pra meus pequenos luxos e ir adiando o sonho. Mas o dia chegou, não porque eu fiz tanto esforço pra isso, mas porque era o momento.
Como é difícil entendermos essa coisa do momento certo, né? Isso porque pensamos que o momento certo está fora de nós, lá com as pessoas ou com Deus ou com o Universo e, descobri, não é nada disso. Quando os sábios falam sobre o momento certo das coisas, estão falando do nosso momento certo interno para as coisas, e não em alguma conjunção astral maluca. Estão falando do seu preparo e do seu querer para as coisas.
Eu não saía de casa por motivos meramente financeiros. Será? Ou será que, lá no fundo, tinha um medo danado de ter que me "virar sozinha". Não que eu tenha medo disso, alías, faço isso desde criança. Mas sempre soube que, se tivesse qualquer problemas, eles estariam lá pra mim. Talvez eu tenha alimentado por muito tempo o meu medo e precisei passar por um longo processo para me desfazer dele. Aí sim, chegou o tal momento certo.
Não adianta querer atropelar as coisas. Conheço um monte de gente que já fez isso e se deu muito mal. Precisamos ter a tal autoconsciência para saber o que devemos ou não fazer. O passo seguinte, o que precisamos esperar ou não. Não existe um tempo pré-determinado pelo Universo, mas existe um tempo interno. Algo que só a gente mesmo pode dizer se está certo ou errado. E quando todos os eventos ao seu redor corroboram para a resolução, não é que Deus está sendo bonzinho, mas quer dizer que, finalmente, a fruta amadureceu no pé.
Eu sempre uso uma metáfora que aprendi um dia destes, na vida, nem me lembro quando. Não adianta você pegar uma maçã verde, colocá-la na sua frente e dizer "precisamos conversar". Aí você desfila um rosário de como seria ótimo se ela fosse uma maçã vermelha e madura. Que as pessoas gostariam muito mais dela, ela poderia ter fama e poder como a maçã mais vermellha do mundo, que seria perfeito e você, particularmente, ficaria muito feliz porque podería comê-la mais rápido. Sabe o que vai acontecer no final da conversa? Se tiver alguém ao seu redor, você será internada! Se não tiver ninguém você não acaba no hospital, mas acaba com uma bela e suculenta maçã verde!
As coisas e, principalmente, as pessoas tem o tempo delas. A sua verdade nunca é a absoluta. E quando temos a humildade de entender isso, sim, podemos mudar. Pode ser a própria maçã, no dia seguinte, fique vermellha, mas as suas palavras não ajudaram em nada. Só era chegado o tempo dela e só! Uma lagarta não corre pra virar uma borboleta. Se ela sair do casulo antes, será uma borborleta deficiente, sem as asas ou com incapacidade para voar. Uma comida precisa de um tempo de preparo que, se passar queima, se não chegar ficará cru. É só olhar a natureza ao redor e se perceber como natureza. Não existe atraso, assim como não existe adiantamente. Existe o que existe. E é isso que está certo.
Ser você mesmo é certo. Não sofrer é certo. Não doer é certo! O resto é um monte de ilusões humanas alimentadas por séculos e séculos do controle de poucos sobre muitos. Que tal andar um pouco na contramão de todas as pessoas? Fazer o que ninguém admite que gostaria de verdade? Ser você mesmo?
Eu estou, tenho certeza, no meu tempo certo. Feliz da vida com todas, todas as minhas conquistas. Mas muito consciente de que sou só um espírito eterno, cheio de possibilidades e experiências ainda por serem vividas. Agora, mais do que nunca, na minha própria casa!

2 de abr. de 2012

Consciência - vendo Zeus

Hoje acordei me sentindo meio idiota. Pensando em todas as vezes em que as pessoas me enganaram, mentiram para mim, fizeram o que queriam. Manipularam, me levaram para um lado que eu não queria e, pior, todas as vezes em que eu deixei que isso acontecesse. Para depois virarem, como se nada nunca tivesse acontecido. E, de fato, nada aconteceu. Aconteceu só para mim, não para os outros. Às vezes, como hoje, eu sinto que o mundo não é pra pessoas como eu. Entendo profundamente porque existe o inconsciente: porque, na maioria das vezes, nós não aguentamos a verdade.
Existe um mito grego que vou reproduzir aqui:

Segundo a tradição grega, Baco era, por sua concepção, metade deus, metade humano. Ainda quando estava grávida de Baco, Sêmele morreu queimada devido a um plano da deusa Hera, mulher de Zeus (Júpiter no meio romano). Ao saber que a amante do marido estava grávida, a imortal se disfarçou de aia e persuadiu Sêmele a suplicar para Zeus que se mostrasse em sua forma pura. A luz que emanava na forma natural de Zeus era insuportável para qualquer mortal e fulminou Sêmele.

Zeus representa, como deus, a consciência plena das coisas. Quando Semêle viu o todo, deus na sua concepção mais total, a total consciência das coisas, ela não aguentou. Morreu queimada por toda aquela luz. Algumas outras tradições também trazem isso bem forte, a consciência é dolorida e nem sempre aguentamos.
Por isso que vivemos fora dela. Por isso que vivemos com vários problemas que não tem solução, carregando coisas que não conseguimos resolver pelo simples fato de não querermos olhar pra eles. Queremos matar a dor dentro de nós, a qualquer custo. As pessoas dizem que hoje a humanidade vive melhor,porque não tem tantas guerras, a comida é mais farta (salvo algumas excessões). Mas hoje a guerra é psicológica, silenciosa. Todos nos levantamos da cama com os dois pés atrás, com um arsenal de artilharia montado, esperando a próxima. A próxima decepção, a próxima mentira. A próxima patada, a próxima porcaria iminente.
E talvez ela só venha, porque esperamos isso dela. Começamos a esperar que o ser humano seja essa caca cósmica, sempre querendo ganhar alguma vantagem. Não sabe qual é, mas quer uma vantagem, mesmo que mínima, mostrando toda a nossa mesquinhez. Acredita que está, que é melhor que o vizinho e inventa coisas para se sentir assim. Fala mal dos outros, para poder se sentir melhor. Ataca, mesmo que silenciosamente, porque acha que é esperto o bastante para dar a volta na vida.
E, quem dá a volta na vida? Quem é que sai vivo dela? Quem voltou para contar a história?
Porque destruimos o que é nos é mais querido? Porque jogamos fora excelentes relacionamentos, em troco de nada? Porque não aceitamos que a vida sabe o que é melhor pra gente, que não tem tanto problema assim sair "perdendo" de alguma coisa porque, no fundo, nós não perdemos, nunca, nada. Nós só aprendemos, só somamos, mesmo quando parece que perdemos.
Amanheci assim porque talvez tenha visto Zeus. Vi minha consiência mais profunda. Meu lado mais crítico, mais negativo e como sou inábil em lidar com a "esperteza" dos outros. Como me machuco, profundamente, cada vez que tento ser a descolada, a cool. A que não liga, a que espera, ainda, levar alguma vantagem. Espera que as coisas mudem, que as pessoas mudem. Espera...em vão.